domingo, 24 de julho de 2011

Sobre a Morte e o Morrer - 2


Parece ser uma hora oportuna pra escrever sobre o tema. Falemos novamente sobre a morte e o morrer. E a morte da cantora Amy Winehouse serve para ilustrar.
Todos se preocupam a hora da morte, o fato em si, o que ela representa e o que ocorre depois dela.
Vamos partir do princípio religioso, pois é patente que nosso viver e morrer é emoldurado pelo prisma da religião que abraçamos. Para alguns vivemos no sono eterno (seja no céu ou no inferno), para outros se espera estudando até a opotunidade de reencarnar, para outros podemos voltar como animais ou ascender até o nirvana (dependendo da nossa conduta em vida), em outra há 7 virgens nos esperando etecetera e tal. O fato é: moldamos nossa morte de acordo com nossa vida.
Imprimo minha visão, como outros, através dos conceitos em que acredito. Como Espírita, acredito na reencarnação, mas muitos não a entendem. Neste outro blog há muita coisa relacionada ao assunto, principalmente para aqueles que estão abertos e dispostos a adquirirem novos conhecimentos. Não vou fazer promoção de ideais, muito menos utilizar de fundamentalismo religioso para, mesmo que aparentemente, empurrar conceitos goela abaixo. Vale reforçar que utilizo do pequeno conhecimento que possuo para entender a vida e fazer meu trabalho de esclarecimento a quem o quer receber.
Pois bem, a reencarnação é tão-somente uma das formas que Deus utiliza para exercer sua sabedoria suprema, juntamente com seu Amor, para promover a justiça entre todos, fazendo com que aprendamos a amar um pouquinho de cada vez através do esforço próprio caminhando para a evolução espiritual com o auto-conhecimento. Podemos ilustrar como a imagem que coloquei acima ou ainda falar que seria como "trocar de roupa". Ou seja, nossa essência permanece a mesma, com todas as virtudes que conquistamos e todos os vícios que possuimos, apenas nossa aparência e a época que vivemos muda. Isso é o nascer, e a morte não é diferente.
Após a morte permanecemos os mesmos, com todas as aquisições que possuimos. Não é porque morrermos que viramos Santos ou somos condenados ao fogo eterno. Quero dizer, céu e inferno são relativos e apenas ilustrativos. Quando morremos somos "condenados", mas não como pensamos: nós somos responsáveis pela auto-condenação. Quem nos condena é nossa consciência pelo bem que fizemos, pelo bem que deixamos de fazer (pelo mal que não evitamos) ou pelo mal que fizemos (por querer). Em morte, continuamos com nosso desejo por frequentar bares ou igreja, comer demais, a luxúria, álcool ou drogas, ajudar quem amamos ou ficar estagnados. O mesmo acontece durante o sono. Nossa mente entra em sintonia com quem gosta do que gostamos, seja em morte seja em vida. Nossa condição só muda quando quisermos do fundo no nosso ser. Quando pedimos ajuda, sinceramente, somos ajudados.
Madre Teresa, minha "mestra", fala em seu livro A Força Eterna do Amor, que não quer o céu dos ociosos, quer trabalhar. Se for reconhecida como Santa, será a Santa da escuridão (estará sempre ausente do céu para ajudar os que se encontram na escuridão). Ela se refere às trevas da ignorância. E é assim que são as pessoas realmente boas: trabalham incessantemente em prol dos necessitados de amor e conhecimento. Tem gente que fala que "não quer ir pro céu dos Espíritas, pois lá se trabalha demais", preferem viver em "sono eterno" (e assim podem fazer, mas não para sempre, pois descobrem o valor do trabalho, cedo ou tarde). Assim são nossos irmãos Católicos e Protestantes (vulgo Evangélicos ou Crentes): após a morte ou se arde eternamente no inferno ou vive no paraíso ocioso.
As pessoas são livres para acreditarem no que quiserem. Amy Winehouse (cujo sobrenome ironicamente significa - literalmente - casa de vinho) morreu, como costumo dizer, "essa(e) já foi, cumpriu o seu papel". Bem ou mal, cumprimos nosso papel em vida. Agora é esperar nossa próxima oportunidade. Pena que as pessoas focaram tanto em sua morte que praticamente encobriu a tragédia ocorrida na Noruega, onde 76 pessoas foram assassinadas e parte da cidade foi explodida. E pessoas como Amy acabam morrendo como heróis... Só resta saber herói de que ou porque (a não ser que o conceito de herói tenha mudado e eu não estava sabendo). Como digo a quem quer saber, sem jugamento ou preconceito, a forma como ela conduziu sua vida serve (ou deveria servir) para nos perguntarmos: e nós, estamos fazendo o que deveria ser feito? Como estamos levando nossa vida? Não se deve fazer como muitos (infelizmente os famosos sofrem muito com isso após a morte), que se lamentam pela perda ou vibram com a perda, achando que podem julgar e apontar falhas ou formas de conduta com a vida. Ela já foi e nós também vamos, cedo ou tarde. Lembrem-se que enquanto apontamos um dedo para o outro, há 3 apontando para nós mesmos.
O tema é muito extenso e dá pano pra manga. E não quero me alongar demais (como venho fazendo ultimamente nas publicações). Para finalizar, a morte é apenas uma mudança de estado, uma troca de roupa. O corpo morre, mas alma vive (embora essa vivência seja controversa entre uns e outros). Vendo que não explanei o tema como gostaria (por considerar que faltaram coisas), pretendo trazer o tema novamente. De qualquer forma, a morte ainda permanece envolta de mistério e medo, mesmo com o conhecimento que possuímos. Por hora fiquem com um trecho do texto que trouxe sobre o tema anteriormente:

"Nada se perde, a não ser o corpo físico de que não mais necessita. E é assim que, no mesmo instante em que dizemos: 'já se foi', no além, outro alguém dirá : 'já está chegando'. O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós. Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a vida. Na vida, cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos, até que se resolva por desfazer-se do que julgar desnecessário."

E como eu gostaria de escrever em minha lápide: E a vida continua...
Au revoir

3 comentários:

  1. Não concordo com você quando generaliza e engessa as pessoas num mesmo pensamento por terem e/ou seguirem uma determinada religião.E acho um pouco contraditório neste sentido,porque quando queremos respeito por pensarmos diferente,temos que ter este respeito e compreensão pelo outro(s) também.Não julgando o meu modo de ver como o mais correto ou como uma verdade e o que de repente faz sentido pro outro uma mentira.Eu particularmente,não acho e nem acredito que dormiremos eternamente e também não acho que tudo é tão cheio de extremos(tipo céu -com nuvens e inferno com sarças ardentes).E acredito em algo diferente,mas que faz sentido pra mim e se conseguimos sobreviver aqui apenas na busca e na vivência destes sentidos,acredito que o que acontece depois no minímo deva fazer algum sentido.E concordo no ponto que somos nós mesmos que vamos preparando este terreno ou continuidade/passagem;mas se pregamos o bem-é lógico, que não devemos julgar e nem tirar o direito de alguém se arrepender e melhorar.Daí a idéia do purgatório e outras formas de nomea-lo.Acho que não tem nada a ver,"endeusar"pessoas depois que estas morrem e infelizmente dão mais importância pra aqueles que estão na mídia do que àqueles que estão nos bastidores.Mas,você acrescentou este trecho depois,porque na primeira vez que li não me lembro.Espero que entenda o que quero dizer.
    Porque podemos construir pontes ou muros,a escolha também é nossa.LUZ.

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  2. Entendo perfeitamente o que quer dizer, mas nao disse de vc de forma específica. Falei genericamente de acordo com o que escuto, vejo ou presenciei durante minha vida. Até porque, não tenho o direito de falar de ninguém, além de mim mesmo. Justamente por isso coloquei "sem julgamentos ou preconceitos", pois são fatos que chegam a mim e utilizo como exemplo. Portanto, não estou julgando ou sendo preconceituoso.
    Sei perfeitamente que se dizer pertencente a uma religião específica, não quer dizer que estejamos de acordo com todos os preceitos ditados por ela. Há uma enorme diferença entre religião e espiritualidade. E falarei disso numa outra oportunidade, quando eu expressar minhas ideias sobre religião (nesta publicação específica).
    O mesmo que aconteceu a Amy, aconteceu com Michael Jackson, Heath Ledger e tantos outros. E foi nesse sentido que coloquei: de endeusar as pessoas (famosas ou não), só por estas terem morrido.
    Achei excelente esta frase sua (podemos construir pontes ou muros) e gostaria de usar depois aqui, com sua permissão.

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  3. Ok.Mas,não é de minha autoria.Acho que são partes de coisas que já li e ouvi e achei que fazia sentido.Pode usar sem problemas.Há muita verdade e sentido na mesma(tem uma música antiga,não sei de quem agora-que fala algo assim:vamos construir uma ponte em nós...).LUZ.

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