quarta-feira, 20 de junho de 2012

Corpo: o vaso e a casa - 1


          Há pouco tempo falei aqui sobre a linguagem corporal e, há um pouco mais de tempo, falei sobre o toque. Agora venho falar sobre o veículo responsável por tudo isso: o corpo. Venho falar do que ele representa para nós e o que nós fazemos com ele. Para muitos o corpo é apenas um veículo de prazer e que é utilizado para vivermos, sendo confundido com a própria pessoa. Para outros muitos, incluindo eu, somos espíritos (ou almas) e temos um corpo, do qual fazemos uso para vivermos, sendo duas coisas separadas. Acredito que esses primeiros vivem meio perdidos, confundidos pelo torpor dos sentidos, esquecendo-se do que realmente são, vivendo devotamente a "si" e a Mamon. De uma forma ou de outra, o corpo é de suma importância.

          Vou começar falando sobre o que me chamou a atenção para escrever sobre este tema. Tenho observado durante a minha vida (que não é lá muito longa) os acontecimentos mundiais e como ele se reflete em nossa sociedade, mais precisamente na atualidade. Sempre existiu diversas formas de nos expressarmos através do nosso corpo, durante toda a existência do nosso planeta, mas algumas chamam mais nossa atenção do que outras (me refiro aqui ao tratamento que damos ao nosso corpo). Podemos citar como exemplo o celibato e a auto-flagelação (ou auto-mutilação, podendo levar à morte, como no caso dos homens-bomba) no caso dos religiosos, os vegetarianos e praticantes de atividade física no que se refere a o que ingerem, como e com o que nutrem seus organismos e como mantêm a saúde física (e porque não da mente?), aos praticantes de sexo (independente de ser casual, da orientação sexual, se são afeitos por fetiches dos mais diversos, se é somente com o parceiro que está casado, se é por profissão etc), aos diversos estilos e manifestações da vida (se é adepto a piercings, tatuagens, escarificações, implantes cutâneos, lacerações, tinturas de cabelo, suspensão corporal, cortes de cabelo/barba diferenciados e estilos de roupa). Esses são apenas alguns exemplos que podemos citar dentre tantos outros. Cada um tem seu livre-arbítrio, mas fico me perguntando: para quê ou se isso é realmente  necessário? Darei sequência a este parágrafo após a "definição" de corpo como um vaso, como coloco abaixo.

          Para finalizar, o que significa isso de vaso e casa que coloquei no título? São apenas 2 comparações simples que utilizo, como explico a seguir.

           Comparo o corpo a um vaso no caso de qualquer dos animais que habite a Terra (mas falarei detidamente sobre o animal racional, também conhecido como ser humano). Corpo, o mais sublime dos santuários no qual se manifesta a obra divina do Supremo Idealizador. Domicílio de carne, no qual a alma se manifesta, o corpo é perfeito em toda a sua extensão, em seus detalhes mais ocultos e em seus fantásticos mistérios, indecifráveis pela própria criatura. Através dela, a mente hominal se desenvolve e se purifica, ensaiando-se nas lutas da transformação interna, lapidando-se como diamante coberto de lama. Vaso depositário de bênçãos, como disse Emmanuel em psicografia de Chico Xavier, o corpo "lembra uma oficina complexa, formada de bilhões de motores infinitesimais, movidos por oscilações eletromagnéticas, em comprimento de onda específica, emitindo radiações próprias e assimilando as irradiações do plano em que se encontram, tudo sob o comando de um único diretor: a mente." O corpo é templo sagrado para o desenvolvimento das potencialidades das criaturas sobre a Terra e nos demais planetas que orbitam o Universo, que nos é oferecido gentilmente pelo Patrono Celeste.

          Ainda quando estava na universidade e atuava na área de psiquiatria, tive a oportunidade de conduzir grupos em atendimento na UDQ (Unidade de Dependência Química). Dentre as atividades que propús, trabalhei a questão da máscara (que falarei aqui em outra oporutnidade) e a questão da casa como simbologia do nosso corpo e do que fazemos com ele. E é este sentido que quis representar aqui. Imaginem nosso corpo como a nossa casa. Como é que é esta casa? É bagunçada, harmoniosa, bonita, simpática, mal-cuidada, suja, cheirosa, vazia, cheia, nova ou está com a construção em ruínas e caindo aos pedaços? E quem é que frequenta essa casa? Selecionamos quem entra ou qualquer pessoa pode entrar e fazer o que quiser? Nós estamos nela, participando e decidindo o que acontece e que rumos se toma ou somos apenas espectadores, deixando ao abandono? O que nós trazemos para dentro dela? Como disse aos meninos e meninas que atendi naquela época: nós tomamos a rédea da nossa vida; quem manda na nossa casa somos nós! Portanto, só acontecerá o que nós quisermos ou que nós permitamos que aconteça.

Resumindo: o corpo é uma das coisas que temos de mais sagrado e que devemos zelar o máximo possível, pois ele nos é emprestado por Deus. Sendo assim, devemos cuidá-lo para que se possamos merecer o título de filhos do Criador, instrumentos de manifestação divina para desenvolvimento de nossas capacidades para melhor servi-Lo. Lembrem se disso para facilitar a leitura de outros textos que exporei aqui sobre sexo, a mente, dor, doenças, a razão da nossa vida e para o qual fomos criados, entre outros. E lembrem-se deste texto também se forem reler o que escrevi sobre carnaval, vegetarianismo, doação, influência e exemplo, religião, desapego, morte, trabalho, liberdade e libertinagem. Por isso me questiono sobre a prática indevida do sexo (como o casual, grupal, profissionais do sexo e da indústria de filmes adultos etc), ingestão de entorpecentes, drogas ou qualquer outro tipo de agressão (como um aborto, por exemplo), exageros com dietas e na prática esportiva (como fisiculturismo e alterofilismo, que podem desenvolver distúrbios psiquiátricos e lesões físicas), o estilo de vida punk, roqueiro ou com modificações corporais, até mesmo nos casos estéticos (ditadura da beleza da magreza por aqui e em países norte-americanos e europeus e ditadura da engorda na Mauritânia, África, para conseguirem casar, ou das "mulheres-girafas" que utilizam aquelas argolas no pescoço e vão esticando-o) e assim por diante. Obviamente, como menciono acima, cada um sabe o que faz, mas é inevitável que se pense nas consequências de tamanho vandalismo, crueldade, agressão e mutilação (ou seja, atitudes pouco recomendáveis) contra nós mesmos. Lembrem-se: o corpo nos é somente emprestado, portanto façamos bom uso e cuidemos bem dele.

Namastê. Au revoir.

sábado, 9 de junho de 2012

Música

Publicação dedicada à reflexão sobre a música no mundo.

A música é a arte e a técnica de combinar sons de forma harmoniosa e melodiosa; organização de sons com intenções estéticas, artísticas ou lúdicas, variáveis de acordo com o autor, com um ritmo, com a zona geográfica, com a época, etc. Para mim, a música é algo que não tem nacionalidade, sexo, etinia ou qualquer outra particularidade egóica; é algo que transcende o físico e atinge o humor, o emocional e o espírito. De alguma forma, mexe no nosso íntimo mais profundo (se é que este termo existe), em maior ou menor grau, quer as crituras queiram ou não. Acredito que não há dureza que a música não quebre, caso exemplos e palavras não deem jeito, a música o faz, mesmo que aos poucos. Para a música, não há barreiras.

E como é que a música anda no mundo e o que nós estamos fazendo com ela? No decorrer da história do mundo, muito já aconteceu, mas muito ainda está por vir. Alguns defendem que as músicas antigas são melhores que as atuais, mas será mesmo? Nem sempre música antiga é sinal de boa música. E quando digo música quero dizer musicalidade, letra, melodia, ritmo, voz, harmonia, instrumentação, interpretação, o sentimento e tudo aquilo que a música é capaz de trazer. Acredito que com a mudança dos tempos, temos mais liberdade de expressão, incluindo na música, porém, quando pego uma música mais antiga e comparo com uma mais atual, não vejo tanta diferença na temática: às vezes dores de cotovelo, traições, amores ou outras coisas sem muito sentido/importância; pelo menos antigamente pareciam ser melhores. Convenhamos que hoje a maioria não fala nada com nada ou são de teor sexual "indireto".

Outro dia estava conversando com uma amiga do Rio (petropolitana, na verdade) num bar com música ao vivo e falávamos exatamente sobre isso. O moço em questão (que cantava no bar) tinha uma ótima voz e fazia uma intepretação muito boa. Nos questionávamos a respeito do grande sucesso de alguns artistas (Michel Teló, Tati Quebra-barraco, Black Eyed Peas, Rihanna, Ke$ha, Lady Gaga, Parangolé e outros de gêneros parecidos - sertanejo, axé e demais artistas ou bandas pops da atualidade) em detrimento de algumas pessoas ou bandas anônimas espalhadas nesse imenso Brasil, que cantam em bar ganhando de fato o "pão de cada dia, pouco a pouco e com um talento tão grande "desperdiçado" (ao menos, pouco reconhecido). Fico triste ao ver uma versão de "Ai se eu te pego" cantada no estrangeiro em inglês quando vejo que temos coisas melhores, mais interessantes e mais valiosas a oferecer. Também me entristesse ver as pessoas cantar aos quatro ventos I Gotta Feeling do grupo Black Eyed Peas sem saber que significa "Eu posso sentir/ Que hoje a noite vai ser boa/ Eu tenho meu dinheiro/ Vamos gastar até/ Sair e arrasar/ Vamos muito mais longe/ E perder todo o controle/ Encha meu copo/ Olha como ela dança/ Só tire isso/ Nos vamos acabar com isso/ Vamos queimar o teto/ Vem fácil/ Vai fácil/ Agora nós estamos no topo/ Festa todo o dia/ Vamos viver ao máximo". É isso que é viver? É isso que nossa vida vale? Outro imitam Lady Gaga com suas roupas glamurosas e figurinos um tanto diferenciados e outros ainda gostam das músicas sensuais de Rihanna e Ke$ha. Onde é que está a música (letra, melodia, voz, harmonia, interpretação etc) da música da Liga da Justiça (Foge Mulher Maravilha)? Acho que a única coisa que se tem é ritmo (bem como muitas outras: rock, sertanejas, de forró, funk ou pops). E vale? Para alguns sim, mas não para mim. Por isso sou taxado como chato e antissocial nas festas que vou quando me recuso a cantar ou dançar músicas de tipos semelhantes.

Para finalizar, gostaria de falar um pouco sobre o assombroso poder do qual a música é possuidora. A música transforma! Ela está em todo o lugar (como mostrado no filme O Som do Coração) e, para mim, a música é vida! Ela preenche nosso ser, parece dar colorido e sentido à vida (como ilustrado nesta publicação, acima). Vejam só o exemplo das trilhas sonoras dos filmes: é a música que nos traz maior proximidade ao que está nos sendo trasmitido pela película. Elas enriquecem de tal maneira, que a fotografia, o roteiro e até as interpretações parece que melhoram. Filmes com pouca ou sem nenhuma trilha sonora parecem ser sem-graça e mortas ou morimbundas. Parecem estar em preto e branco. Homenageei com uma tatuagem as 2 coisas que mais gosto: música e filme. Infelizmente o que se vê hoje é pouca música (quando falo música é com todas aquelas características acima, ou pelo menos a maioria delas) e muito de outras coisas (vozes não tão boas, ritmos alucinantes e músicas sem letra ou melodia). Mas graças ao bom Deus a música do futuro será música de verdade (ou pelo menos aquilo que era pra ser).

Namastê. Au revoir.

sábado, 2 de junho de 2012

Quando o corpo fala

Acho que este é uma das coisas que poucos conhecem. E é verdade, não é somente com a voz e com os gestos que nos expressamos: o corpo fala por si!

Os mais atentos são capazes de ver, através do corpo, todo o histórico de uma pessoa e como ela realmente é, bem como também é capaz de perceber o que alguém pensa sobre alguma coisa em determinada situação sem mesmo emitir um som sequer. E é basicamente essa abordagem que farei aqui. Já vou adiantar minhas fontes. Para os interessados (e os curiosos também) tem um livro chamado O Corpo Fala e outro chamado Desvendando os Segredos da Linguagem Corporal. O primeiro encontrei em formato PDF para quem quiser ler e baixar e o segundo encontrei para download também, basta acessar os links acima. Também existe um seriado interessante chamado Lie to Me, que junta ciência real com criatividade especulativa (para não dizer invenção fantasiosa) a respeito do assunto (e que utilizei como ilustração desta publicação, acima).

Podemos perceber como uma pessoa é, seu jeito, seus gostos e desgostos, quais os tipos de experiências que ela teve em sua trajetória de vida, sua possível profissão, entre outros. E para isso não precisamos que as pessoas falem verbalmente sobre tudo isso, porque nosso corpo fala mais alto, sempre. Podemos verificar diversos tipos de sentimentos: raiva, desgosto, surpresa, tristeza, medo, felicidade etc. Cada expressão facial, cada gesto, cada posição, cada seguimento do nosso corpo diz o que nem mesmo queremos. Um estudo que vi há uns anos atrás relatou que não é necessário mais que 10 segundos (se não estou enganado; ou é 2 minutos, não lembro) para conhecer um pouco das pessoas, saber se são simpáticas, se têm ideias compatíveis com as suas, seus gostos ou o que pensa sobre determinado assunto, entre outros. O inconciente pode até tentar, mas não vai conseguir. Obviamente têm pessoas que conseguem, após cursos, técnicas e métodos, inibir parte disto ou mesmo dissimular o que está pensando. Mas a maioria sequer sabia da existência disto.

Pois bem, podemos utilizar isso de muitas formas, para o "bem" ou para o "mal", como colocarei a seguir, o que pode tonar algumas pessoas "perigosas" (como um poder ou uma habilidade especial, por se tornarem leitoras corporais e detectoras de mentira, deixando as pessoas nuas por não conseguirem esconder as coisas - como no caso do seriado citado acima -  ou conseguir "manipular" as pessoas por saber a verdade, mesmo que as pessaos não saibam). Podemos utilizar isso como um detector de mentiras, mas temos que tomar cuidado porque a verdade nem sempre é agradável. Ou podemos usar isso para conhecer melhor as pessoas e saber se ela está realmente bem quanto diz estar, doente etc. Ou mesmo se a pessoa que estamos investindo está também afim da gente. Ou o que o (a) fulano (a) está pensando sobre determinada situação, se concorda ou não etc. Portanto temos maiores condições de ajudar as pessoas se estivermos atentos e perceber que ela não está bem quando, na verdade, diz que está ótima ou quando fazemos uma coisa que a pessoa diz que gostou e na verdade não gostou (quem for honesto e consciente não vai mais fazer aquilo), por exemplo. A escolha de como usar é sua.




Esta última parte vou dedicar ao mecanismo de história de vida, traumas e cura. Cada um tem uma vida completamente diferente uns dos outros que dependem das experiências que tivemos na vida. As imagens acima vêm ilustrar o antes, durante e depois de soldados estado-unidenses tiradas na guerra contra o Iraque. Há uns meses vi esta reportagem na internet (no site do hotmail) falando da mudança gerada nas pessoas pela guerra e como esta mudança se mostra no rosto das pessoas. Podemos aprender com isso: que as experiências de vida que temos interferem sim de forma concreta e visível em nossas vidas. Digamos que este soldados sofreram traumas. Como é que eles podem ser curados (ou mesmo melhorados ou transformados)? Com o auxílio da Psicologia e tratamento psicológico. Conheci há cerca de 1 ano e meio a abordagem Transpessoal da Psicologia e tive a oportunidade de ver como ela pode atuar também como mecanismo de cura dos traumas humanos durante um workshop que fiz (e que considero a melhor experiência e melhor coisa que aconteceu minha vida) perto de Paraúna (GO), na Serra da Portaria. Lá ouvi um dos coordenadores do trabalho (e que é minha terapeuta) falar uma coisa deveras interessante: que o corpo sabe como se curar (sozinho) ao deixar extravasar essas experiências dolorosas, como uma energia ou uma erva daninha que é retirada de dentro de nós, mas que nós, com nossa mania de egocentrismo, não deixamos que isso aconteça por querermos controlar tudo e acharmos que perdemos o controle quando isto acontece.

Bem, acho que era isto o que tinha pra falar. E espero que tenham compreendido o que eu quis dizer com este "resumo" que escrevi acima (tenho a impressão que ficou um pouco confuso e que faltam informações).

Namastê. Au revoir.