segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Sexo 2 - Generalidades

Dando continuidade sobre o tema Sexo, falarei agora sobre o que considero interessantes de se (re)pensar. São tantas pontos que fica difícil escolher por onde começar.

Vou iniciar falando sobre a forma com que as pessoas veem e abordam o sexo no dia-a-dia, incluindo as diversas mídias (televisão, filmes, música etc). Acho impressionante como, ainda hoje, há essa divisão do mundo entre homens e mulheres. Concordo plenamente que existem tarefas em que um ou outro sexo se sai melhor, mas falo um pouco mais além disso: falo do machismo/feminismo e falo do radicalismo envolto nestas questões. Um ótimo exemplo disso é a refilmagem de uma novela relativamente antiga: Guerra dos Sexos. Homens e mulheres declarando "guerra" um ao outro, todos vivendo em estresse total só pra mostrar quem consegue ser melhor do que o outro, quando na verdade um é o complemento do outro e um não consegue (sobre)viver sem o outro. Portanto, acho isso uma perda de tempo e desperdício de energia.

Quero falar também sobre as formas de se abordar o sexo atualmente, das formas visíveis e audíveis. Considero a forma audível ligeiramente mais fácil de ser abordado, mas não menos agressiva. Clarificando, estou falando do funk e as demais linhas musicais que tratam as mulheres como menos e os homens como mais (e vice-versa). É estarrecedor o tratamento que um dá ao outro nas canções, com letras chulas, repetitivas, ritmo alucinante e batidas frenéticas, incitando, dentre outras coisas (como a violência) o sexo livre e desenfreado. Ainda pior é ver as pessoas repetindo isso no frenesi das festas em geral (ou menos na rodinha da galera), sem parar pra tomar consciência do que estão realmente dizendo (ou mesmo os que fazem sabendo o que estão falando, afirmando que "o ritmo é legal, contagiante e porque todo mundo faz igual também"). Falo do funk, pois é a que possui um corpo mais delineado e escrachado, mas o pagode, o axé, o sertanejo e até o samba passam por essa vertente. Destaco aqui também o axé. Como seu colega, o funk, o axé não fica para traz, com coreografias quentes, melodia dançante e letras recheadas de pejorativos e frases ambíguas de duplo sentido (cujo único e real significado todos sabem qual é). Já falei de música aqui uma vez. Tudo bem que o batidão pode até ser contagiante, mas e os outros componentes da música? Não, parece que as pessoas não se importam, pelo menos a maioria delas - o que me deixa muito entristecido. Entristecido de comparar uma música e uma voz de verdade com ruídos sensualizados, sugestionáveis ou pouco enriquecedores. Muito ao contrário do que parece, não sou contra esses gêneros musicais, principalmente porque existem muitíssimas pessoas que aprovam e gostam. Apenas acho interessante o questionamento e a reflexão das coisas, em especial aquelas que são pouco recomendáveis para quem busca a ascensão de si mesmo.

Um dos pontos mais críticos e delicados é quando o "sexo" está relacionado às crianças, isto é, a sexualização infantil. Explico-me melhor: o que nós estamos ensinando para os pequenos? Tomo como exemplo casos que presencio diariamente, o que me deixa atônito em certos momentos. Volta e meia vemos alguém falando que o menino de 5 ou 8 ou 10 anos tem namorada ou a menininha da mesma idade também paquera na escola. Ora, isso é ou não é a sexualização infantil? A criança, em sua inocência, nem sabe bem quem é, o que é amor, o que é esse tal namorar e muito menos fazem ideia do pra que serve aquela coisinha que tem entre as pernas que não seja apenas para urinar. Tudo bem que essa garotada de hoje está muito precoce, mas nada justifica. E as pessoas continuam fazendo isso e se orgulhando disso: do menino que tem muitas namoradas e da mocinha que tem muitos pretendentes. Quando chega a adolescência os pais ficam loucos porque tem um rapaz querendo conhecer as menininhas deles e que estão querendo algo mais do que beijos e abraços (como se eles não tivessem feito o mesmo quando tinham a mesma idade). E, claro, os homens sempre querem que seus filhos sejam machos e logo ensinam a chamar as moças de lindas, gatinhas, gostosas e etc, como vejo um ou outro pai fazer e se orgulhar do que ensinam (como no caso de um paciente de 3 anos que conheço). Não quero desmerecer ou atacar ninguém, ou ditar regras do que é certo ou errado, do que deve ou não ser feito, mas não acho que isso seja digno de ser reproduzido ou que mereça aplausos. As pessoas se esquecem que não estão brincando de casinha/bonecas ou que as crianças não são suas marionetes: são seres que estão sobre nossa tutela para o aprendizado. São apenas crianças e acho que devem ser tratadas como tal, nada além disso. Isso inclui também as meninas de hoje em dia que com 4, 7, 9 anos já pintam as unhas, fazem penteados e se maquilam. Mesmo que com produtos adequados para a idade, isso é, de certa forma, pular a fase infantil.

Depois tem mais a continuação sobre sexo... Devo ter esquecido um ou outra coisa que iria abordar neste tópico, mas que, caso lembre, publicarei em outro momento que seja adequado.
Namastê. Au revoir.