segunda-feira, 2 de julho de 2012

Corpo: o vaso e a casa - 2

Escrevendo diretamente de Guaíba (vizinha a Porto Alegre). Darei continuidade ao que estava escrevendo sobre o corpo e nossa relecao com ele. Um fato ocorrido no sabado retrasado foi o mais perto que ocorreucom relacao ao suicidio. Um primo primeiro tomou soda caustica e fiquei 3 dias correndo em hospitais, com remédios e afins. O que quero dizer com isso é que o corpo não nos pertence (portanto não podemos fazer o que quisermos sem nos responsabilizarmos com as consequências). E este não é o tipo de coisa que simplesmente se faz e esquece, passa por cima como se nada tivesse acontecido. Que tipo de relação é esta que temos conosco? Não estar de acordo com algo é normal, mas , pelo menos para mim, não há nada tão ruim que possa fazer com que eu tire minha própria vida (ou mutile um corpo que me está emprestado). E não podemos julgar ninguém que o faz, sabem porque? Pelo mesmo fato de que fazemos o mesmo em graus variados e de formas diferentes. Como assim? Pessoas se matam todos os dias excedendo a quantidade de comida, transando demais, bebendo demais, fumando ou usando outros entorpecentes e assim por diante. E isso não nos parece assustador, a menos que pensemos desta maneira, pois tudo o que nos parece bom queremos aproveitar ao máximo. Aliás, são exatamente os extremos que são prejudiciais. Uns comem demais enquanto outros passam fome para manter a forma (por um distúrbio psiquiátrico ou qualquer outro motivo). A riqueza ou a pobreza também interferem de uma forma ou de outra. Exageros com adereços e roupas, o que inclui por exemplo piercings e tatuagens. A pergunta é: o que nos faz pensar que podemos fazer qualquer coisa com nosso corpo? Nisto se incluem os profissionais do sexo, pessoas que fazem mudanças no corpo (incluindo plásticas, modificações corporais, lipoaspirações, implantes etc), fisiculturistas e halterofilistas, auto-agressões... Acho que tinha mais, mas vai ficar sendo isso. Namastê. Au revoir.