segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O que é Terapia Ocupacional - 2

Dando continuidade à explicação iniciada na publicação passada sobre o que é minha profissão: Terapia Ocupacional. Para finalizar nesta última parte, transcrevo abaixo o que um Terapeuta Ocupacional faz em algumas das áreas de atuação de forma mais específica. Seguido novamente pelos mesmos vídeos que coloquei na publicação anterior.


TO em Ortopedia
A intervenção nesta área de atuação da Terapia Ocupacional varia de acordo com a patologia e a sequela deixada por esta, no que tange à prevenção, tratamento e recuperação de sequelas, podendo ser elas fraturas, luxações, tendinites, queimaduras, amputações ou pós-operatórios diversos em músculos, ossos, nervos, tendões, articulações, cicatrizes etc. Sempre utilizando a atividade como recurso terapêutico, visa tratar e capacitar o indivíduo com treinamento e/ou simulação em terapia por meio da própria atividade diária, podendo ser esta desde abotoar camisas/calças, estender roupa no varal, pentear cabelos até dirigir, preparar uma refeição e assim por diante. Além da preparação para realização das atividades diárias e de trabalho, pode ser feito, em conjunto com as atividades, o fortalecimento muscular, controle da dor, estimulação sensorial e ganho de amplitude de movimento articular.

TO em Amputados
O TO avalia o membro amputado nos quesitos: amputação funcional (é a amputação necessária em locais ou pontos específicos do membro, visando proporcionar o melhor potencial para a reabilitação, protetização e funcionalidade do membro na reintegração do “novo corpo”), condição da cicatriz, amplitude passiva e ativa de movimento, força muscular, presença de espícula óssea e neuromas dolorosos. O tratamento inicia-se com fortalecimento de ambos os membros (mesmo que a amputação seja unilateral) e troca de dominância (quando necessário), confecção de adaptações (para viabilizarem maior independência do paciente nas suas atividades diárias). Além disso, há o tratamento da cicatriz (modelação, dessensibilização e preparação do coto), tratamento da consciência e imagem corporal que foi modificada, reintegração social, tratamento do corpo/sensação do membro fantasma. O principal objetivo da Terapia Ocupacional no treino da prótese é a independência nas atividades da vida diária (higiene, alimentação e vestuário, por exemplo). O retorno à atividade laborativa deve estar de acordo com sua limitação e aprendizagem de novas habilidades para trabalho.

TO em Doenças Neuromusculares (DNM) e Neurodegenerativas Progressivas
Favorece o papel ocupacional do indivíduo, prevenindo a inatividade funcional com tendência de um agravamento de caráter progressivo, gerando complicações emocionais, isolamento social, déficit cognitivo, desajuste familiar e outras. Preservar a função motora, a capacidade respiratória, facilitação e economia de energia nas atividades cotidianas e laborais, manter a amplitude articular, prevenindo assim contraturas e deformidades, melhorar a mobilidade e função dos membros, proporcionando ao paciente uma vida menos dependente e favorecendo o treino de AVD.

TO na Prescrição de Cadeira de Rodas e Adequação Postural
Esta área de atuação da TO visa aumentar mobilidade, autonomia, conforto e segurança dos usuários de cadeira de rodas (CR), para que possam se locomover. Para tal, o TO é o profissional responsável por tirar as medidas do usuário, podendo ser este adulto, criança ou idoso. Porém uma CR mal prescrita e/ou sem adaptações acarreta em danos ao paciente, podendo levar a uma postura inadequada com possíveis contraturas e deformidades, prejudicar funções básicas como respiração, nutrição (pela dificuldade de deglutição), alteração no sistema circulatório, surgimento de dores e refletir diretamente nos aspectos psicossociais e emocionais, alterando a qualidade de vida do paciente. Caso seja necessário, o TO poderá fazer a adequação postural do usuário à CR, que consiste em melhorar a independência e participação social do usuário, sendo eles: conforto, alívio de pressão, aumento da função básica humana, suporte corporal, alterações e reajustes biomecânicos para correção da postural.

TO em Neurologia Infantil
Visa o atendimento de bebês de risco, crianças e adolescentes portadoras de distúrbios genéticos ou adquiridos, transtorno da coordenação motora e da aprendizagem, disfunção visual, a fim de prevenir, minimizar e tratar déficits neuropsicomotores e cognitivos, visando sempre a funcionalidade ocupacional nas diversas fases da infância e adolescência. O terapeuta se ocupa da realização de atividades, como escovar os dentes ou levar alimentos à boca, favorecer o desenvolvimento global da criança aproximando-o ao máximo do normal, com a manutenção e aprimoramento das funções existentes, prevenindo vícios posturais patológicos e primando pela independência, recuperação ou adaptação em diferentes níveis. Dentre os objetivos, destaca-se o brincar terapêutico, que pode ser entendido como a intervenção com atividades lúdicas, onde a criança expressa sua linguagem com gestos e atitudes, sendo também a forma como esta interage com o ambiente em que se encontra e as pessoas, ocorrendo o processo de aprendizagem e a formação de vínculos afetivos, educativos e sociais.

TO em Neurologia Adulto
Promover reabilitação física, cognitiva, laboral e social dos indivíduos, minimizando complicações decorrentes do adoecimento e contribuindo para a manutenção da qualidade de vida, além de promover (através de métodos, recursos e abordagens específicas) o treinamento/capacitação do aprendizado ou reaprendizado com ou sem adaptações para independência e autonomia do indivíduo na realização das atividades cotidianas (como fazer compras, locomover-se em cadeira de rodas em meio urbano – como subir/descer rampa, meio-fio e escadas -, utilizar computador, realizar atividades domésticas, utilização de transporte público, dentre outras). A clientela nesta área varia entre AVE (derrame), traumatismo cranio-encefálico, lesão medular (paraplegia e tetraplegia) etc.

TO em Saúde Mental (Psiquiatria)
Nesta área o profissional intervem no contexto e no desempenho ocupacional dos pacientes, promovendo a retomada na execussão das atividades de comunicação, higiene, alimentação e auto-cuidado, manutensão da saúde física, psicoafetiva e social. Além das atividades funcionais, o profissional agirá na reinserção social e no contexto familiar do indivíduo, em atividades expressivas, motivadoras, artísticas e profissionalizantes.

TO na área Social
O profissional atuará no campo empresarial, escolar, casas de detenção e casas de recuperação de menores infratores ou em risco social. Em todos estes campos, o TO trabalhará no desempenho ocupacional com as AVDs e atuará de forma mais específica em cada uma delas: no campo empresarial pode promover atividades laborais e de manutensão da saúde (como alongamento, relaxamento e orientação postural, adequação do mobiliário e ambiente de trabalho), no escolar pode prestar auxílio às crianças e adolescentes com dificuldade de aprendizado, organização de rotinas, inclusão escolar de pessoas com necessidades especiais e na adequação do ambiente escolar. Em presídios, casas de detenção e de recuperação de menores infratores ou em risco social auxiliará nas atividades de auto-cuidado, manutensão da saúde, atividades expressivas, reinserção social e no contexto familiar do indivíduo, atividades artísticas, oficinas profissionalizantes (no caso dos presidiários) e oficinas lúdicas (proporcionando, no caso de crianças/adolescentes em risco social, o brincar terapêutico, atividades socio-educativas, trabalhar psicomotricidade e vínculos afetivo-emocionais).

TO em Equoterapia e Pet-terapia
Este é um método que utiliza o cavalo ou outros animais (tais como cachorro, tartaruga, pintinhos, coelho, pássaros, entre outros) como instrumento ou recurso terapêutico. O animal é considerado como um objeto intermediário entre o terapeuta e o praticante, que intermedia a relação homem-homem e homem-mundo. Desta forma, podem ser trabalhados o contexto ocupacional e a performance no desempenho ocupacional nas AVDs e AVPs, trabalhar a estimulação tátil, vestibular, proprioceptiva, visual, auditiva, equilíbrio, coordenação e organização das informações com respostas adaptativas consistentes com as demandas do ambiente. Outro objetivo é trabalhar o vínculo afetivo, a motivação e a autonomia na relação interpessoal do indivídulo.

Abaixo seguem alguns vídeos da profissão:
http://www.youtube.com/watch?v=m6IXhMLgErA
http://www.youtube.com/watch?v=1gfuFnBowRs
http://www.youtube.com/watch?v=5dfELYAjSng
http://www.youtube.com/watch?v=32X8eC4pKpg


Era isto. Sem mais por hora.
Namastê. Au revoir.

4 comentários:

  1. Oi,como vc não retornou,acabei não avisando que resolvi encerrar o blog.Foi uma temporada bem passageira...Mas,sei lá,acho que foi mais pra ver como era,na verdade acho que não curto muito essa coisa de ficar exposta na internet e até aquele número pequeno que citei de pessoas que dei o endereço,não comentaram nada,de repente ficou algo muito viajante;mas não tava muito segura de continuar e se era isso mesmo que ia fazer a diferença.Acho que ajudou um pouco ,então valeu pra alguma coisa.Não vivi muito isso de mudar de opinião,começar algo,resolver fazer outro na adolescência(fase mais típica pra isso)mas se é pra aprendermos e/ou até mesmo nos darmos oportunidade de viver algo que não vivemos,por quê não ?Não precisamos acertar sempre e as vezes pra saber o caminho precisamos meio que conhecer os terrenos...sei lá.Revi os vídeos novamente,é no último mesmo que vc participa e foi legal que vi um que não tinha visto da outra vez(viva a vida,acho que é esse o nome,sempre ajuda,vale como um reforço sempre).Porque a teoria muitas vezes conhecemos,mas às vezes damos umas vaciladas.Mas o importante é recomeçar sempre e qtas vezes for preciso.Não sei se tinha passado pelo blog neste período,gostaria que soubesse que sempre serei grata pela força e peço desculpas se de repente passou por lá e não deu pra avisar antes.Muita força e coragem e luz pra todos nós.Parabéns mais uma vez por sua dedicação na sua profissão e até ,como vc mesmo encerra .Um abraço.LUZ.

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  2. Oi,não sei se viajei ou me dispersei da primeira vez que vi os vídeos,mas fiquei pensando depois;na primeira vez que vc postou não tinha tantos detalhes(falo do seu nome no vídeo e no final da reportagem e a data parece que era diferente,outro ano).Mas,como me disperso e às vezes quero fazer tudo ao mesmo tempo,pode ter sido distração,confusão da minha parte ,sei lá.Fiquei curiosa,por isso acabei colocando esta dúvida e comentário.Até.LUZ.

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  3. Olá. Não se preocupe, cada coisa tem seu momento certo. E toda experiência é válida! Ralvez a falta de objetivos tenha contribuído para isso. Quem sabe vc não volta? Algumas portas não devem ser fechadas (ou devem ser deixadas entre-abertas)...

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  4. Objetivo até tinha,mas nem sempre é fácil explicar e acredito sim que tudo é válido.Mas,sobre os vídeos,vc não respondeu.É o mesmo da primeira vez ?LUZ.

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