Antes de
escrever minhas considerações sobre este tema, farei esta primeira publicação sobre as
terminologias e direcionamentos, para que não haja confusão depois e a
compreensão para os próximos textos sobre o assunto fique mais clara e de fácil
entendimento.
A sexualidade humana (e a sexualidade no geral) é complexa e de discussão delicada. Embora
haja muita informação, os diálogos ainda são tímidos ou envoltos de tabus e,
principalmente, muita “malícia” (mais a respeito nas próximas publicações). Sexo
vai muito além do que imaginamos, pois não abrange apenas o sexo biológico do
indivíduo, nem muito menos apenas o próprio ato sexual. Há várias coisas que
permeiam o assunto "sexo" do qual tentarei fazer algumas
considerações que imagino serem pertinentes e relevantes no que diz respeito
ao conhecimento do assunto abordado.
O sexo – considerações gerais
Sexo pode
assumir intepretações variadas e diz respeito a tudo o que se refere ao
assunto, podendo ser visto sob a ótica do gênero e identidade sexual,
orientação sexual, comportamento sexual, indústria do sexo (pornografia,
literatura erótica e sexyshop), profissionais do sexo, gírias sexuais, fetiches (ou fetichismo)
e tabus, identidades de relacionamento (as "gamias"), sexo grupal,
relação sexual (ato físico de reprodução), a história do sexo, parafilias
(tipos de atrações sexuais), entre outros.
Mencionada
em inscrições, literatura, pinturas e outros achados, era tradicional a prática
sexual livre na Roma antiga (assim como na Grécia antiga e no Mundo Antigo –
basicamente a Europa antiga), o que também pode ser classificado como
libertinagem. Pudor e vergonha foram fatores de regulação do comportamento,
principalmente com a chegada do cristianismo. A prostituição era legal, pública
e generalizada. Ao contrário do que se é transmitido nos dias de hoje, a era
vista como algo positivo, inclusive representada pelos próprios deuses e semideuses
(Vênus, Príapo, Liber, Eneias, Cupido, Marte, Ceres, Vesta etc). Por ser uma
sociedade patriarcal, a homossexualidade masculina era natural (ao contrário da
feminina, como indicam os poucos relatos existentes) e não havia censura sobre
tais atos, desde que fosse entre um aristocrata e seu escravo (sendo que esta
prática não era bem aceita entre os cidadãos comuns) e que não fossem
afeminados ou se vestissem como alguém do sexo oposto. Na Grécia tal
comportamento tinha um caráter "pedagógico" na relação entre o homem
mais velho (mestre) e o mais novo (aprendiz), como enunciado no diálogo Banquete
de Platão. Também eram comuns em ambas as culturas, festas regadas a vinho,
muita comida e orgias.
O sexo
biológico
São
diferenciados enquanto homem e mulher/ masculino e feminino/ macho e fêmea,
cada qual com seus respectivos aparelhos sexuais (genitálias). Quando uma mesma
pessoa possui simultaneamente órgãos masculino e feminino, ela é definida como
hermafrodita ou, de acordo com a nomenclatura utilizada atualmente, portadora
de intersexo. É denominada andrógena (androgenia) a pessoa que tem a aparência
dúbia de homem e mulher, deixando em dúvida qual sua identidade sexual orgânica
(órgão sexual).
Há ainda os
casos de emasculação (como no caso de alguns eunucos). Eunuco é o ser
congenitamente não-funcional ou que teve seu testículo retirado (a emasculação
é também conhecida como castração). As Hijras se encaixam, de certa forma,
nesta definição. São portadores de intersexo ou transgêneros do Oriente (Índia,
Paquistão e Bangladesh) castrados, vestidos como mulher e transformados em
escravos (inclusive sexuais).
Relação
sexual
Relação sexual se refere a uma ampla variedade de comportamentos entre indivíduos
voltados para a obtenção de prazer erótico de pelo menos um dos membros
envolvidos independente de haver penetração, orgasmo e fins
reprodutivos. Para isso é feita a estimulação de uma ou mais zonas erógenas, como seios, vagina e pênis.
Outros
animais, além dos humanos, também praticam sexo sem fins reprodutivos. Para os bonobos, a relação sexual é uma forma de expressar carinho e intimidade entre os
membros de sua sociedade. Golfinhos, leões e pinguins já foram observados
fazendo sexo sem fins reprodutivos, inclusive em relações homossexuais entre animais.
Sexo
e gênero
Na década de
70 os cientistas
sociais
passaram a usar o termo "sexo" para se referir à divisão biológica em
macho e fêmea, e "gênero" para
se referir ao papel social atribuído a uma pessoa baseado em seu sexo aparente
e/ou em outros fatores contingentes. Sendo assim gênero analisa os atributos
culturais associados a cada um dos sexos e de seus relacionamentos. Existem ainda o pangênero, que não se classifica como nenhum dos outros gêneros (sendo por vezes classificada como um terceiro gênero), identificando-se como gênero misto (tanto masculino como feminino).
Identidade sexual e identidade de gênero
Socialmente,
a identidade sexual se refere ao
gênero em que a pessoa se identifica (se ela se identifica como sendo um homem
ou uma mulher). A identidade de gênero também recebe a mesma conotação da
identidade sexual, acrescida do conceito que a classifica como sendo a forma
como as pessoas veem sexualmente uma determinada pessoa de acordo com suas
roupas, gostos, maneirismos, cabelo, acessórios, como se apresenta socialmente,
comportamento, entre outros. Há também a influência direta da cultura em que o
indivíduo está inserido (vestimentas próprias, acessórios, atividades sociais –
trabalho – etc).
É um conjunto
de comportamentos associados com masculinidade e feminilidade, em um grupo ou
sistema social. Comportamentos sexuais com os quais o indivíduo se identifica socialmente, independente do sexo biológico.
Termo
designado para identificar qual dos gêneros uma pessoa se sente atraída, seja
fisicamente, sexualmente, emocionalmente ou afetivamente. Podem ser
classificados nos seguintes grupos: assexual (nenhuma atração sexual),
bissexual (atração pelos gêneros masculino e feminino), heterossexual (atração
pelo gênero oposto), homossexual (atração pelo mesmo gênero) ou pansexual
(atração independente do gênero). Popularmente, costuma ser substituído pelo
termo “preferência sexual” ou “opção sexual”, o que pode causar certa confusão
algumas vezes.

Transgenerismo, cujo símbolo se encontra ilustrado ao lado,
é a pessoa cuja condição do sexo biológico não corresponde psicologicamente
(identidade de gênero) ao papel de gênero que era esperado que exercesse, isto
é, o indivíduo não se identifica socialmente nem psicologicamente com o
aparelho sexual que é portador. Exemplificando, uma pessoa que ao nascimento é
mulher, mas não se identifica como tal em suas manifestações sexuais (a relação
com seu corpo, sua preferência por parceiros sexuais do mesmo sexo, seu papel
social ou papel de gênero).
Os portadores
de necessidades especiais (vulgos deficientes) são comumente vistos como
assexuados ou estão completamente envoltos nos tabus e preconceitos a respeito
do assunto. Mesmo com dificuldades, as pessoas portadores de qualquer
necessidade especial ou deficiência, são capazes de se reproduzir ou de se
relacionarem sexualmente com seu parceiro normalmente, bastando para tal ser
bem orientado e, algumas vezes, assistido.
Sexo grupal
Obviamente quer dizer sobre os atos sexuais feitos em grupo. Também é
conhecido como sexo com múltiplos indivíduos ou popularmente como suruba, é
caracterizado por atos sexuais libidinosos diversos entre vários parceiros ao
mesmo tempo, envolvendo várias subcategorias como o ménage (feito com 3
participantes), o swing (normalmente
feito entre 2 casais, isto é, participação de 4 pessoas) e a orgia/
bacanal (com 5 ou mais indivíduos).
Sexo solitário
Identidade de relacionamento
É um padrão
de comportamento sexual no qual, em geral, a fonte predominante de prazer não
se encontra na cópula, mas em alguma outra atividade. São considerados também
parafilias os padrões de comportamento em que o desvio se dá não no ato, mas no
objeto do desejo sexual, ou seja, no tipo de parceiro. Em determinadas
situações, o comportamento sexual parafílico pode ser considerado como
perversão ou anormalidade. As condições sociais temporais também vão
transformando algumas definições, já certas práticas, como a homossexualidade
ou até mesmo o sexo oral, o sexo anal e a masturbação foram consideradas
parafílicas em determinada época. Pode ser considerado um comportamento
parafílico o sadismo, o masoquismo, o exibicionismo, o voyeurismo ou o
fetichismo.
Abaixo, listo
as parafilias conhecidas – algumas até curiosas:
·
Adstringopenispetrafilia: fetiche por amarrar pedras ao pênis.
·
Agalmatofilia: atração por estátuas.
·
Agorafilia: atração por copular em lugares
abertos ou ao ar livre.
·
Aiquemofilia: Prazer pelo uso de objetos pontudos e
cortantes.
·
Amaurofilia: excitação da pessoa pelo parceiro que não é
capaz de vê-la (não se aplica a cegos).
·
Amphiboliafilia: atração ou excitação sexual por ambiguidades.
·
Anadentisfilia: excitação sexual por pessoas sem dentes ou
prazer sexual ao receber sexo oral de uma pessoa sem dentes.
·
Anemofilia: excitação sexual com vento ou sopro (corrente
de ar) nos genitais ou em outra zona erógena.
·
Apotemnofilia: desejo de se ver amputado.
·
Asfixiofilia (asfixia autoerótica): prazer pela
redução de oxigênio.
·
ATM (ass to mouth):
prática em que o parceiro ativo, após o coito anal, leva seu pênis à boca da
pessoa penetrada.
·
BBW:
atração por mulheres obesas.
·
Bondage: prática onde a excitação vem de
amarrar ou/e imobilizar o parceiro.
· Bukkake:
modalidade de sexo grupal praticado com uma pessoa que "recebe" no rosto
a ejaculação de diversos homens.
·
Clismafilia: fetiche por observar ou sofrer a introdução
de enemas.
·
Coleopterafilia: atração sexual por besouros.
·
Coprofagia: fetiche pela ingestão de fezes.
·
Coprofilia: fetiche pela manipulação de fezes,
suas ou do parceiro.
·
Coreofilia: excitação sexual pela dança.
·
Crinofilia: excitação sexual por secreções (saliva, suor,
secreções vaginais, etc).
·
Crematistofilia: excitação sexual ao dar dinheiro, ser
roubado, chantageado ou extorquido pelo parceiro.
· Cronofilia: excitação erótica causada pela
diferença entre a idade sexo-erótica e a idade cronológica da pessoa, porém em
concordância com a do parceiro.
·
Cyprinuscarpiofilia: excitação sexual por carpas.
·
Dendrofilia: atração por plantas.
·
Emetofilia: excitação obtida com o ato de vomitar
ou com o vômito de outro.
· Espectrofilia: prática medieval que consiste na excitação
por fantasias com fantasmas, espíritos ou deuses.
·
Estelafilia: atração sexual por monumentos líticos
(feitos de pedra), normalmente feitas em um só bloco, contendo representações
pictóricas e inscrições.
·
Exibicionismo:
fetiche por exibir os órgãos genitais.
·
Fetiche
por balões: excitação ao tocar balões de látex (usadas em
festas).
·
Fisting:
prazer com a inserção da mão ou antebraço na vagina (brachio vaginal) ou
no ânus (brachio procticus).
·
Flatofilia: prazer erótico em escutar, cheirar e apreciar
gases intestinais próprios e alheios.
·
Frotteurismo: prazer em friccionar os órgãos genitais no
corpo de uma pessoa vestida.
·
Galaxiafilia: atração sexual pelo aspecto leitoso da Via
Láctea.
·
Gerontofilia: atração sexual de não-idosos por idosos.
·
Hebefilia (ver lolismo)
·
Hipofilia: desejo sexual por equinos.
·
Imagoparafilia: prazer em imaginar-se com alguma parafilia.
·
Lactofilia: fetiche por observar ou sugar leite saindo
dos seios.
·
Lolismo: preferência sexual e erótica de homens
maduros por meninas adolescentes.
·
Kosupurefilia: excitação sexual por Cosplay.
·
Maieusofilia: ver pregnofilia.
·
Masoquismo:
prazer ao sentir dor ou imaginar que a sente.
·
Menofilia: atração ou excitação por mulheres
menstruadas.
·
Moresfilia: atração ou excitação sexual por coisas
relativas aos costumes.
·
Nanofilia: atração sexual por anões.
·
Necrofilia: atração por pessoas mortas/
cadáveres.
·
Nesofilia: atração pela cópula em ilhas, geralmente
desertas.
Objectofilia: atração por objetos inanimados.
·
Odaxelagnia: fetiche por mordidas.
·
Orquifilia: fetiche por testículos.
·
Panpaniscusfilia: excitação sexual por Bonobos.
·
Partenofilia: fixação sexual por pessoas virgens.
·
Pigofilia: excitação sexual por nádegas.
·
Pirofilia: prazer sexual com fogo, vendo-o, queimando-se
ou queimando objetos com ele.
·
Podolatria:
fetiche por pés.
·
Pogonofilia: fetiche por barba.
·
Pregnofilia ou maieusofilia:
fetiche por mulheres grávidas e/ou pela observação de partos.
·
Quirofilia: excitação sexual por mãos.
·
Sadismo:
prazer erótico com o sofrimento alheio.
·
Sadomasoquismo:
prazer por sofrer e, ao mesmo tempo, impingir dor a outrem.
·
Sarilofilia: fetiche por saliva ou suor.
Tecnossexual: atração por máquinas, andróides e robôs.
·
Timofilia: excitação pelo contato com metais
preciosos.
·
Trampling: fetiche onde o indivíduo sente prazer
ao ser pisado pelo parceiro.
·
Tricofilia: fetiche por cabelos e pelos.
·
Urofilia:
excitação ao urinar no parceiro ou receber dele o jato urinário, ingerindo-o ou
não.
·
Vorarefilia: atração por um ser vivo engolindo ou
devorando outro.
·
Voyeurismo:
prazer pela observação da intimidade de outras pessoas, que podem ou não estar
nuas ou praticando sexo.
·
Zoofilia:
prazer em relação sexual com animais.
Desejo que aproveitem o conhecimento.
Namastê. Au revoir.